Habitação em Lisboa continuou a valorizar em 2023

De acordo com o Índice de Preços Residenciais da Confidencial Imobiliário os preços das casas subiram 6,3% em Lisboa no último trimestre de 2023, face a igual período do ano anterior.

Este aumento está em linha com a subida homóloga registada em 2022, apenas 0,8% abaixo do crescimento de 7,1% então registado. É uma performance que contrasta com a tendência observada no país, onde se verificou uma desaceleração acentuada na valorização. Recorde-se, no contexto nacional, os preços de venda das casas em Portugal Continental aumentaram 11,8% em 2023, uma desaceleração de 6,9 pontos percentuais em relação ao aumento de 18,7% registado em 2022.

A manutenção da valorização de Lisboa em patamares idênticos entre 2022 e 2023 reflete a consistência do comportamento trimestral dos preços. Os preços na capital apresentaram subidas situadas entre 1,0% e 2,0%, no decorrer do ano passado, uma tendência que foi confirmada no 4º trimestre, quando a variação em cadeia se posicionou em 1,2%.

De entre os 18 concelhos da região monitorizados no âmbito do Índice de Preços Residenciais, apenas a Amadora registou uma subida menos robusta que Lisboa, observando um crescimento de 5,5% nos preços de venda em 2023. A valorização na região foi liderada pelo concelho do Montijo, onde a subida de preços em 2023 se situou em 22,1%. No ano transato, os preços apurados para a média das transações em Lisboa atingiram os 4.865 euros/m², de acordo com o SIR – Sistema de Informação Residencial.

Subida do preço das casas começa a abrandar

Os dados, relativos aos preços de venda dos imóveis a nível local, foram divulgados recentemente, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Esta entidade dá conta de que, no terceiro trimestre do ano passado, o valor mediano das vendas de casas foi de 1.641 euros por metro quadrado. Foi assim ultrapassado, tal como vem acontecendo trimestre após trimestre, um novo máximo histórico.

Mas há alterações na tendência verificada até agora. Apesar de representar uma subida de 10% em relação a igual trimestre do ano anterior, este valor representa um crescimento de 0,7% em relação ao período de Abril a Junho de 2023, o que significa uma taxa de variação muito inferior às subidas trimestrais, em cadeia, de 4% que tinham sido registadas na primeira metade de 2023.
Ao mesmo tempo, há já várias regiões onde se registam quebras trimestrais, um dado que permite compreender a tendência mais recente do mercado de aquisição de habitação.

Assim, é possível concluir que poderemos estar perto do teto máximo de subida do preço das casas, o que significa quem comprar agora não poderá esperar uma valorização do seu investimento sequer próxima da que se tem verificado nos últimos anos.

Licenciamentos urbanisticos crescem

Entre janeiro e setembro de 2023, foram licenciadas pelas câmaras municipais 24.115 casas em construções novas, um aumento de 4,7% face a igual período de 2022. 

De acordo com a Síntese Estatística da Habitação, desenvolvida pela AICCOPN e agora publicada, até ao final do mês de setembro, observou-se uma quebra de -11,1%, em termos homólogos, no total de licenças municipais emitidas para obras de construção nova ou de reabilitação de edifícios de habitação. 

Em paralelo, o consumo de cimento no mercado nacional aumentou 1,2%, em termos homólogos, para 2.956 milhares de toneladas.

Sobre o contexto do crédito à habitação, o relatório dá também nota de que este stock nacional chegou aos 99.192 milhões de euros, apenas no mês de setembro, o que corresponde a uma ligeira redução de -0,8%, em termos homólogos. Relativamente à taxa de juro implícita no crédito à habitação, fixou-se em 4,27%, em setembro, o que traduz uma subida de 3,13 pontos percentuais, face aos 1,14% apurados em setembro de 2022.

Quanto ao valor mediano de avaliação de habitação para efeitos de crédito bancário, em setembro, verificou-se uma valorização de 7,8%, em termos homólogos, em resultado de aumentos de 7,4% nos apartamentos e de 5,5% nas moradias.

Lisboa entre as 10 cidades europeias mais atrativas

Segundo o relatório do Urban Land Institute “Emerging Trends in Real Estate Europe 2024”., Lisboa está entre as 10 cidades europeias mais atrativas para o investimento imobiliário, ocupando o 8º lugar na lista.

A cidade subiu de 16º para 8º lugar nos últimos três anos, e ocupava o 11º lugar no ano passado. Destaca-se pela (relativa) disponibilidade de ativos para investir, pelo ambiente regulatório e ou pela atração de talento. Todos estes são critérios importantes para os inquiridos no relatório na hora de escolher uma cidade para investir.