Preços da habitação continuam a subir

Nos primeiros três meses deste ano, os preços de venda das casas em Portugal (Continental) subiram 6,6% face ao trimestre anterior. Esta é a maior subida trimestral já registada desde 2007, de acordo com o Índice de Preços Residenciais da Confidencial Imobiliário. 

De acordo com estes dados, a valorização trimestral dos preços da habitação tem vindo a acelerar desde meados do ano passado, acompanhando a recuperação das vendas, num contexto de persistente restrição da oferta disponível. Assim, de um aumento de 1,8% no 2º trimestre de 2024, passou-se para uma taxa de 2,5% no trimestre seguinte e 4,1% no último trimestre do ano.

O 1º trimestre de 2025 confirma, assim, que os preços mantêm uma curva de subida em intensificação, desde logo patente no comportamento mensal do mercado. De facto, o decurso do ano fica marcado pelas fortes valorizações mensais ocorridas desde janeiro, que rondam os 2,0%, no ponto máximo de 2,7% registado em março, sendo esta a subida mensal mais elevada desde 2007.

Preços das casas subiram 15,8% no último ano

O aquecimento dos preços é visível também na variação homóloga, que atingiu 15,8% em março de 2025. Esta é uma subida que está já 4,8 pontos percentuais acima da de 11,0% registada no final do ano passado. A subida acelerada dos preços continua a refletir a elevada dinâmica de procura, que se confirma uma vez mais no 1º trimestre deste ano, período no qual se estima a venda de 40.750 habitações no país. Este é um volume que mantém o mercado a transacionar acima das 40.000 unidades, apesar de 5% abaixo do patamar observado no trimestre anterior.

Nesse trimestre contabilizaram-se 43.100 transações, um pico que inclui vendas que tinham sido adiadas, por exemplo fruto de medidas como a garantia pública. Assim, o 1º trimestre deste ano mantém-se em linha com o padrão registado no 4º trimestre de 2024 e sustenta o nível de crescimento homólogo do mercado em torno dos 25%. De facto, as estimativas de vendas para o 1º trimestre de 2025 apontam para um aumento de 28% do número de habitações transacionadas comparativamente ao trimestre homólogo.

Quanto aos preços médios de venda, refletem também a evolução do Índice de Preços, atingindo os 2.701 euros por metro quadrado no 1º trimestre deste ano, valor que compara com os 2.390 euros por metro quadrado que a média das transações registava no 1º trimestre do ano passado.

Público 30/04/2025

Mercado Imobiliário em Lisboa – Passado, Presente e Futuro

Em 2024, o mercado imobiliário de Lisboa registou um aumento de 5,5% nos preços das habitações em relação ao ano anterior. Embora esta taxa represente uma ligeira desaceleração face ao crescimento de 6,3% observado em 2023, continua a evidenciar uma valorização significativa no setor imobiliário da capital portuguesa. Este incremento nos preços reflete as atuais condições de mercado e a crescente procura por habitação na cidade, especialmente nas zonas mais centrais e desejadas.

Evolução do Preço das Casas em Lisboa

Lisboa manteve-se como o principal centro de valorização imobiliária na Área Metropolitana, apesar da ligeira desaceleração no ritmo de crescimento em comparação com o ano anterior. Enquanto a subida de preços na cidade foi de 5,5%, outros concelhos da região, como Amadora e Palmela, registaram aumentos mais acentuados, com 8,4% e 15%, respetivamente.

A capital continua a ser a área mais procurada da região, apresentando preços significativamente superiores aos dos demais concelhos da Área Metropolitana de Lisboa. Em 2024, o preço médio das habitações em Lisboa atingiu 4.797 euros por metro quadrado, representando uma diferença de 55% em relação ao preço médio de 3.104 euros por metro quadrado na restante região metropolitana. Este diferencial destaca a atratividade de Lisboa como local de residência, trabalho e lazer, consolidando-a como uma das cidades mais caras de Portugal.

O Mercado Imobiliário da Área Metropolitana de Lisboa

Em 2024, a tendência de crescimento dos preços foi observada em diversos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, com exceção de alguns casos mais modestos, como Loures e Cascais, que registaram aumentos inferiores aos de Lisboa. Mafra destacou-se com o maior aumento de preços, apresentando uma valorização impressionante de 18,3% no último ano. Por outro lado, Loures registou o menor crescimento, com uma subida de apenas 1,8%. Almada também apresentou uma valorização mais modesta de 4,1%, em comparação com a média regional.

A desaceleração no aumento dos preços na região de Lisboa pode ser atribuída a vários fatores, incluindo o arrefecimento do mercado imobiliário, o aumento das taxas de juro e uma procura mais seletiva. No entanto, apesar desta desaceleração, os preços das habitações mantêm-se elevados, especialmente nas zonas mais centrais e procuradas da cidade.

Aumento das Vendas de Habitação em Lisboa

No que diz respeito às transações, Lisboa registou um aumento significativo nas vendas de imóveis em 2024, com um crescimento de 13,8% em comparação com o ano anterior. Estima-se que, ao longo do ano, tenham sido transacionados cerca de 9.800 imóveis na capital, representando uma recuperação face à queda de aproximadamente 23% registada em 2023. Contudo, o volume de vendas permanece abaixo da média dos últimos anos, que rondava as 11.000 unidades anuais, excetuando o ano atípico de 2020.

Este aumento nas vendas reflete uma recuperação da confiança no mercado imobiliário, impulsionada por fatores como a procura contínua por habitação na cidade, investimentos em infraestruturas e a atratividade de Lisboa como destino internacional para viver e trabalhar. A procura por imóveis na capital mantém-se robusta, especialmente em áreas bem localizadas, como o centro histórico, Baixa, Alfama, Príncipe Real e Areeiro.

Comprar Casa em Lisboa: O Desafio da Acessibilidade

Apesar do aumento nas vendas ser um indicador positivo para o mercado, a acessibilidade à habitação continua a ser um desafio em Lisboa. Os elevados preços das casas na capital representam uma barreira significativa para muitas famílias e investidores. Adquirir uma casa em Lisboa tornou-se progressivamente mais difícil para aqueles que procuram habitação a preços acessíveis, especialmente em zonas de alta procura, como o centro da cidade e áreas com boas ligações de transporte público.

Ainda assim, o mercado imobiliário de Lisboa continua a atrair investidores nacionais e internacionais, que veem na cidade uma oportunidade de valorização dos seus ativos. A crescente procura por imóveis em Lisboa, tanto para compra como para arrendamento, mantém a cidade como uma das mais dinâmicas do país. Para aqueles que desejam adquirir uma casa em Lisboa, é essencial estar preparado para enfrentar preços elevados e uma concorrência intensa, além de considerar zonas emergentes onde os preços possam ser mais acessíveis.

Tendências Futuras do Mercado Imobiliário em Lisboa

O mercado imobiliário de Lisboa continua em evolução e, embora o aumento dos preços tenha desacelerado em 2024, a cidade ainda enfrenta desafios relacionados com a acessibilidade à habitação e a pressão da procura. O impacto das políticas públicas, o aumento das taxas de juro e as tendências macroeconómicas globais poderão influenciar o mercado nos próximos anos. Contudo, Lisboa permanece uma cidade altamente atrativa para viver, trabalhar e investir, o que continua a alimentar a procura por habitação.

Em 2024, o mercado imobiliário de Lisboa apresentou um crescimento moderado, mas consistente, nos preços das habitações e nas vendas de imóveis. A cidade mantém-se como um dos destinos mais procurados para quem deseja adquirir uma casa, embora os elevados preços das habitações e a intensa concorrência tornem essencial uma análise cuidadosa do mercado e a adaptação às condições atuais do setor. Para aqueles que procuram comprar casa em Lisboa, é importante considerar zonas emergentes com potencial de valorização futura, bem como explorar diferentes opções de financiamento e estratégias para garantir a melhor oportunidade de investimento.

Preço das casas disparou 135,2% em 10 anos

O mercado imobiliário em Portugal tem registado uma escalada impressionante nos últimos dez anos. De acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), entre o terceiro trimestre de 2014 e o terceiro trimestre de 2024, o índice de preços da habitação aumentou 135,2%. Isso significa que os preços das casas mais do que duplicaram ao longo da última década, tornando a compra de habitação um desafio crescente para muitos portugueses.

O que está a causar esta subida?

Vários fatores têm contribuído para este aumento significativo dos preços:

Procura Elevada – O crescimento do turismo, o aumento da imigração e o interesse crescente de investidores estrangeiros impulsionaram a procura por imóveis, especialmente em cidades como Lisboa e Porto.

Baixas Taxas de Juro – Durante grande parte da última década, as taxas de juro estiveram em níveis historicamente baixos, facilitando o acesso ao crédito e incentivando a compra de imóveis.

Falta de Oferta – A construção nova tem sido insuficiente para acompanhar a procura, agravando a escassez de habitação, especialmente nas áreas metropolitanas.

Políticas de Incentivo ao Investimento Estrangeiro – Programas como os Vistos Gold e benefícios fiscais para residentes não habituais atraíram um elevado número de compradores internacionais.

Impacto da Inflação e Custos de Construção – A inflação nos materiais de construção e o aumento dos custos laborais também contribuíram para o encarecimento da habitação.

Consequências

O aumento acelerado dos preços da habitação tem impactos diretos na vida dos portugueses, tais como:

  • Dificuldade no Acesso à Habitação – Muitas famílias, sobretudo jovens, enfrentam obstáculos significativos para comprar casa, sendo forçadas a permanecer no mercado de arrendamento ou até a emigrar.
  • Subida das Rendas – O mercado de arrendamento também sofre os efeitos da valorização dos imóveis, com rendas a atingirem níveis recorde.
  • Desigualdade no Acesso à Habitação – As famílias de rendimentos médios e baixos são as mais afetadas, enquanto investidores e estrangeiros com maior poder de compra continuam a impulsionar os preços.

O que pode ser feito para inverter esta tendência?

Para enfrentar esta crise habitacional, algumas medidas podem ser consideradas:

  • Aceleração da Construção de Habitação Acessível – Incentivar a construção de imóveis destinados a classes médias e baixas.
  • Regulação do Mercado de Arrendamento – Implementar políticas que garantam um equilíbrio entre proprietários e inquilinos.
  • Revisão dos Benefícios Fiscais para Estrangeiros – Avaliar o impacto dos incentivos ao investimento estrangeiro no preço da habitação.
  • Criação de Apoios para a Primeira Habitação – Facilitar o acesso ao crédito para jovens e famílias com menores rendimentos.

O aumento de 135,2% nos preços das casas em Portugal nos últimos dez anos é um reflexo de múltiplos fatores, desde a forte procura ao custo crescente da construção. Sem medidas eficazes, o acesso à habitação continuará a ser um desafio para grande parte da população.

Habitação em Lisboa continuou a valorizar em 2023

De acordo com o Índice de Preços Residenciais da Confidencial Imobiliário os preços das casas subiram 6,3% em Lisboa no último trimestre de 2023, face a igual período do ano anterior.

Este aumento está em linha com a subida homóloga registada em 2022, apenas 0,8% abaixo do crescimento de 7,1% então registado. É uma performance que contrasta com a tendência observada no país, onde se verificou uma desaceleração acentuada na valorização. Recorde-se, no contexto nacional, os preços de venda das casas em Portugal Continental aumentaram 11,8% em 2023, uma desaceleração de 6,9 pontos percentuais em relação ao aumento de 18,7% registado em 2022.

A manutenção da valorização de Lisboa em patamares idênticos entre 2022 e 2023 reflete a consistência do comportamento trimestral dos preços. Os preços na capital apresentaram subidas situadas entre 1,0% e 2,0%, no decorrer do ano passado, uma tendência que foi confirmada no 4º trimestre, quando a variação em cadeia se posicionou em 1,2%.

De entre os 18 concelhos da região monitorizados no âmbito do Índice de Preços Residenciais, apenas a Amadora registou uma subida menos robusta que Lisboa, observando um crescimento de 5,5% nos preços de venda em 2023. A valorização na região foi liderada pelo concelho do Montijo, onde a subida de preços em 2023 se situou em 22,1%. No ano transato, os preços apurados para a média das transações em Lisboa atingiram os 4.865 euros/m², de acordo com o SIR – Sistema de Informação Residencial.